sábado, 31 de maio de 2014


Do amor
Deu saudades do amor.
Embora minhas mãos trêmulas,
meu braço dolorido,
minha manhã cinza.
Quis cantar canção...
Trazer dourado para meu quarto.
Mas, sinto-me próxima do outro caminho.
Sinto desconforto,
mas bateu esperança.
Tenho insistência,
mesmo que meu desenho trace só rabiscos.
Sinto falta,
Não quero ausências,
mesmo que suas canções
se aproximem de meus ouvidos.
Sonho tardes alaranjadas e desejos bem verdes.
Tenho vontade de alimento doce, que dissipe minha fome.
Quero chuva que traga flores
E sol que me acorde cedo,
invada  meu espaço e me traga para janela.
Amor.
Quis sempre perto .
Invento ser feliz todo dia,
com café, geleia e beijo.
Sonho desavisada.
Sem anunciar desejos e sensações.
Acordo, por vezes, cansada.
E durmo com gritos do mundo.
Me sinto universo demais
 para ocupar um único corpo.
Quero ser protegida,
mesmo gostando de voar.
Arquiteto coisas extrapolantes,
Mas gosto mesmo de palavras
que  estão ao meu lado.
Sou cotidiana, sem perder o inesperado.
Amor, para mim, é rotina com beijos roubados.
É certeza com todas as dúvidas.
Sinto muita saudade
Emoções que , por vezes, desconheço e não percebo,
mas quero!
Solidão é bom para escrever...não para caminhar.
E aproveito da escrita para me realinhar.
Registrar com paixão como o amor me humaniza.
Ele me traz pra perto de Deus, de sua beleza.
Não quero dar com a cara no muro.
Nem tão pouco trancar minha casa
e esperar as contas chegarem.
Quero amor, de carne e alma.
Amor que me acalma e me cansa.
Daí, dorme-se para revigorar.
Dorme-se junto,
sela-se o trato.
É...amor é trato ...
Documento assinado de paz, desordem,
Lealdade e gargalhadas.
Do amor, quero sentir saudades,
Receio, medo...
E ter pele também.
Quero amor todo dia,
Embora , às vezes, só apareça nos fins de semana
Quiçá os feriados...
É desse amor que me reinvento.
Me alimento.
Me anuncio.
E permeio meu discurso.
Quero amor feio e bonito.
Amor de festa e de ressaca.
Amor tranquilo, mas que traga barulho.
É dele que sinto saudades....








terça-feira, 27 de maio de 2014

Em Tempo
Eram três horas. Alice sentia-se atrasada. Era comum ter dificuldades com o tempo, apesar de colecionar vários relógios. O último recebido tinha guardado ali, em sua cabeceira, como prova de que era lembrada. O tempo  lhe inflamava, às vezes, mistérios e sentenças.
Em sua aula de filosofia, tinha lido que o tempo é a marca da humanidade, somos construídos sob ele e não há como fugir.”É um conceito percebido pela vivência, parte de nossa percepção mental”. Ao ler isso, se convenceu que sempre viveu à espera, sempre delegou aos outros sua tarefa de sobrevivência.
Os relógios, objetos de coleção, foram tentativas de se agarrar ao tempo, costurando elementos de seu antes  com as considerações de seu porvir. Nada está sentenciado, mas suas vivências até então nunca tinham lhe causado tamanho desassossego e indagações, que estavam  escritas em seu espelho mesmo sem perceber. Que danação!
Como forma de se apropriar de algo, que nunca tinha conseguido, recorreu à caixa de relógios e alguns escritos empoeirados que se depositavam na cômoda rotineiramente aberta, nem que seja uma fresta...e de espaços minúsculos ela gostava.
Com a caixa em mãos, refez a trajetória de cada relógio que comprou; aqueles de liquidação até os ganhados em datas importantes, pois todos sabiam de seu gosto esquisito por essas peças. Contemplou cada um e começou a se lançar perguntas, coisas que não era costume.
Recorreu a seu livro antigo e arregalou bem os olhos quando leu que, segundo Kant, não há realidade de tempo. “O tempo é uma noção a priori que não designa nada além de determinada característica do nosso modo humano de receber informações através dos sentidos.”
Nesse momento, percebeu que seu tempo era uma invenção de sua mente anestesiada. Passou a indagar que nada era real, os relógios apenas se apropriavam da organização. O que fazer de si agora? Não estava ainda acostumada com essas reclamações internas, nem tão pouco dar vivência a esse tipo de leitura. Tudo pra ela sempre se concebeu chato, mas acreditava ser o tempo o limite entre a realidade e os seus desejos.
Costumava receber verdades alheias, e tomá-las aos goles, mantendo-as como certas até que outros falassem. Mas agora estava sem o visgo que a mantinha na realidade, sem o alimento que a nutria. Esse escape não era esperado por sua personalidade. Questões que a atiravam em um momento desconhecido. E os seus relógios... o que fazer com eles. Isso pairava, neste instante, em suas concepções. Tentava guardar sua noção de tempo, que escorria, neste presente, pelo ralo de seu banheiro.
Sem realidade palpável, num corpo esguio, como sobreviver neste caos. O tempo, pensava, não segue escala cronológica nem define meu momento de comer. Ah...agora sentia uma fome descomedida, uma necessidade que consumia muito mais que suas vísceras, corroía seu espírito.Era seu momento epifânico.Em êxtase, passou a olhar.

Alice guardou sua coleção. Não esqueceu de fechar a gaveta. Passou a visitar cômodos esquecidos. Limpou seu espelho. Inaugurou ordens e passou a se alimentar, uma fome que não conseguiu saciar.Com o passar do tempo, aprendeu a mexer nos ponteiros dos relógios e resolveu dar de presente o relógio de cabeceira.  

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Nascido do barro e do oco
Eis um ser barroco
Do caos e da ordem
De orifícios e lacunas
De sandices e sermões
De espírito e corpo
Um corpo que dói e goteja
inundado da dor de nascer
Morrer não é sentença.
Nascer não é recompensa.
E a vida grita...
Entre simulacros e dissimulações
Entre barbáries e  ideologias
Entre mitos e novidades
Unívoco e plural
De raiz e folhagem
De subúrbio e passagem
 Do antes e da pós- modernidade
Entre durezas e linhagem
O indivíduo
refeito do antes e do inesperado
promovido do acaso e do criado
desenho do imundo e do desejado
O ser  barroco
Inventado do barro e do oco






terça-feira, 20 de maio de 2014

Você quer?
Estamos sempre perambulando pelas escolhas. Das fáceis às difíceis...das fatídicas às perenes.
Com o poder das escolhas, construímos pontes, sentenciamos ausências e trazemos pra perto. Desconstruímos linhas do tempo e alinhavamos nossos sonhos. Escolher não é uma ordem, é indispensável. Mas, temos a sensação que , muitas vezes, desmoronamos em meio a elas. O chão forte, bem cimentado,  no qual achamos estar firme, se consome...pairamos, agora, no ar, no que restou do equilíbrio.
A escolha nos faz algozes de nós mesmos, mas precursores de muitas coisas. Ela nos alimenta e delimita nossa capacidade. Somos frutos de muitas escolhas...podemos ser novas árvores também.
Lembro desde criança que escolher para mim sempre foi meu caos, a sensação que me causava mais “pânico”, mas aqui estou por conta das minhas escolhas. Encontro-me castigada e especial por poder fazê-las.
Escolhemos ser felizes, escolhemos a conta bancária e o mais belo jardim em nossas casas?  Escolhemos ser quem nos tornamos, escolhemos a rua da vida que nos enveredamos? Tantas escolhas...e a do amor então...como é bom nos embebedar pelos abraços e beijos molhados... pelos versos amorosos e sentenças de carinhos.
O amor é uma escolha. Qualquer que seja ele. Uma escolha da humanidade em construir novas “leis” e novos valores. Uma escolha de sobrevivência. Escolher  é inerente à vida...nossa forma de desacampar momentos, reinaugurar olhares e desenhar novas ideias.
Deus, em sua infinita sabedoria, deu-nos escolhas, sabendo que somos responsáveis por elas. Ser humano requer escolher entre o vertente e o imponderável; o presente e a ausência, entre a denúncia e o silêncio.
Nesse diálogo, cá estamos nós. Somos o resultado de uma soma exata ou com números a dever. Somos a danação e a melodia perfeita. A prosa convertida em poesia. Somos o estrangeiro e o local. Nessas bifurcações e dilemas, vivemos pelas escolhas, nas e para elas. É delas que construímos nosso discurso, vivemos frustrações e criamos o medo ou a coragem. Mas, em meio a tudo, a escolha é um presente, às vezes mal embrulhado, que vale à pena ganhar....vou abrir meu pacote.


sábado, 17 de maio de 2014




O Mundo É Um Moinho-Cartola



Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó.
Preste atenção querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés



Desejo o improvável 
Desejo o impossível 
Desejo mais manhãs floridas
Menos dias cinzentos
Menos tardes de inverno.
Desejo o que pulsa,
Provoca,
Arrepia,
Alegra, 
Comove.
Menos certezas mais belezas
Mais poesia menos melancolia
Menos intolerância mais esperança
Meu coração veleja nessas inconstâncias.
Entre menos e mais desejos.


Infinito Particular

Marisa Monte



Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Da morte um corte

Da sorte um norte

Do fundo um mundo

Insulto imundo

Veneno pequeno

Supremo extremo

Da vida uma ida

Da partida vivida

Da morte um mundo

Do norte imundo

Do corte um fundo

Da ida vivida

Da partida da vida

Pequeno extremo

Supremo veneno


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Das Permutas


Troco duas xícaras  de café por abraço e cafuné.



Trocaria tesoura e papel por afagos  como mel.

Não hesitaria em trocar minhas coleções

por palavras de carinho e por mil perdões.

Consideraria permutar programas de televisão

por mensagens que aquecem meu coração.

Mas não trocaria nem um dia o melhor objeto

por um mundo sem afeto.

Não trocaria de jeito nenhum minha família

Por qualquer outro tipo de alegria.

Nem queira me oferecer corrupção

Porque não aceito nem por um tostão.

Eu trocaria, sim, todas as dores,

Por um mundo repleto de flores.

Troco, também, meu livro mais importante

para que todos tivessem uma chance.

Eu daria as minhas preciosidades

para que todas as pessoas fossem de verdade.

Permutaria roupa e beleza

para que não mais existisse a avareza.

Troco até minha comida

para que todos tenham uma mãe querida.

Trocaria meus segredos e mais...

para que todos abraçassem seus pais.

Trocaria sim...dia após dia...

histórias com muitas poesias

Daria o Sol e a Lua, as estrelas e o vento

Daria as letras e as palavras

para que não chegasse o tormento.

E, se por acaso, achasse meu endereço a tristeza

Eu diria: aqui não moro, vai te embora com a aspereza.

Mas se chegasse a alegria, eu a receberia, daria café

E um bom dia!

Então, trocaria do mundo toda a maldade

Por bolachas e muitas xícaras de felicidade.









Cabe a mim ser mulher....como tantas outras.


Inflamar-me vez ou outra e me indignar quando necessário.


Chorar prantos de dor e lágrimas de alegria.


Sentir a dor do parto como tantas outras dores da existência.


Da beleza, consegue-se extrair, refletir e contemplar.


Ser mulher requer delicadeza e fortaleza.


Desesperar, atrair e reerguer.


É pedir em oração a felicidade e serenidade do mundo.


Deus, em seu amor perfeito e inebriante, faz-nos mulher de aço, flor e imensidão.


Desse universo, o Senhor nos desenha como obra preciosa e intensa.


Amamentamos homens e esperanças...acalentamos canções e palavras de ordem e atitude.


Em sua plenitude, Deus nos construiu...viu que Adão não deveria repousar em solidão.


Mulheres...seus gritos ecoam nos discursos e na continuação da humanidade.


Sua delicadeza precisa dar-te coragem e poesia.


Palavras de aproximação ... de respeito e felicidade.


Sua canção ecoa nos olhos e na perseverança de fazer-se mulher mais e mais todos os dias.


Como inebria Adélia Prado, mulher é figura desdobrável....de carregar bandeira sem esmorecer...chatear e conformar.


Ser mulher é trazer alegria na bolsa junto com batom e a sua perspicácia.


É cozinhar, mesmo que em banho-maria, seus desejos bem guardados.


É ser figura emblemática e iconoclasta...é ter mel guardado...e uns potes de sal.


Mulher que traz cactos e flores, sabendo cuidar.


Mulher de mar, rio e terra..terra fofa, pronta para o plantio.


O amor que arrebenta correntes e protege o ninho.


Somos dessas...prontas e inacabadas...


Cada dia construimos mais de nós um pouquinho.


Deus em amor à vida, ao homem, deu-nos ao tempo.


Somos agora e ainda as outras que estão por vir.





Sertão



Pensando escrever poema

Palavras me fogem e outras me conquistam.

Há um sertão em mim...

Um vazio de fonemas que não quer ser balbuciado.

Desejo dizer palavras perfumadas, mas há lixos no jardim.

Elas gotejam sons de socorro, enquanto outras cantam ...

Desejo gritar, enquanto emudece em mim o silêncio.

Em minha ausência tenho plenitude,

Em mim, sinto repousar um verso...ele  revela o vazio 

próximo.

É nele que contemplo a solidão e minha estupidez.

Meu corpo inundado pelas palavras



Grita em secreto meus poemas ...ainda há de florescer.

Felicidade



Felicidade é uma palavra buscada muito por nós em tempo de contemporaneidade. Resistir aos impasses do cotidiano e sentir-se como valente em meio ao caos nos permite sonhar com essa palavra ensurdecedora. Procuramo-la nos cartazes de cinema, nas trilhas de novela, nos romances fáceis, nos livros de autoajuda e teimamos desenhá-la . Planejamos seu começo, suas características e suas sensações.
Consumimos para tentar ser feliz e nos banalizamos para tentar também. Lemos a respeito, pronunciamos palavras de aproximação para que a nossa felicidade nos alcance como alvo e seta.  Sentenciamos resultados, bradamos gargalhadas, choramos, ignoramos problemas e insistimos nos amores de sucesso e insucesso.
A felicidade, para alguns, é objeto de liquidação, para outros, a economia de uma vida inteira, até que consiga aquilo. Equacionamos e reelaboramos momentos de felicidade e esquivamo-nos das crises.  Claro que, com elas, achamo-nos perturbados e  distante da “dita cuja.”
Inventamos tarefas e ocasiões para ratificarmos: somos felizes. Descortinamos desejos, impregnamos perfumes e criamos perspectivas, com cuidado para não revelar os desassossegos e o obscuro que teimam em morar em nós.
Ser feliz não é tarefa fácil, mas não é uma fórmula matemática. Em um mundo de desconstruções e perturbações, ser feliz é reinvenção. É estar em descoberta, uma flor pronta a desabrochar. A felicidade é o belo do ser humano, mas sua capacidade de conversar  com o improvável na tênue linha do habitável e do caos. Da presença com a ausência. Entre o amor, a raiva e a saudade.
Aprendemos que a felicidade tem desenho próprio e cada um apara suas arestas. Ser feliz é ser sozinho, é ser com outros, é está nas pessoas e, assim mesmo, visitar-se todos os dias. Felicidade é inaugurar-se continuamente, é anunciar sua capacidade de superação.
 Quando se é feliz, torna-se habitável para sentimentos e seres. Sua casa está completa, mesmo que falte algum tijolo ou objeto de decoração. É saber que nada é sentenciado e tudo está por refazer. Ser poesia na prosa, abertura de caminhos, ser multidão ao mesmo que solidão. Não há versos prontos, não há manual de instruções, só sentimentos.


A felicidade é o abraço forte, de perder o fôlego, é a revelação de marés e ressaca, é o olhar descomedido e apaixonante, é o recado deixado de manhã, é visita de alguém especial, é o sorriso sem querer, é cachorro abanando o rabo, é poema lido que inebria, é doce esquecido na geladeira, saudade que dói, mas alimenta, é declaração de amor, de alegria, é carinho trocado, é encanto pela natureza, é guardar emoção e vivê-la depois bem baixinho, é acreditar que ,na desordem, reconstruímos  espaços ainda não sentidos e vistos, é a dor sem doer. Enfim, a felicidade é um ser que habita sua alma, mesmo que ainda sem moradia. Então, seja muito feliz.


Minha Parte


Não inventei palavras de amor,
Não denunciei saudades,
 embora gritasse baixinho em mim.
Não trouxe recados de loucuras e
não ousei chorar...
O mundo está sempre anunciando sentenças
e preparando momentos surpresas.
Nunca procurei sossego, no caos sempre me crio.
Faço embrulhos e enfeites e me dou de presentes.
Já guardei bastantes deles no porão.
Lá, ainda reluto em morar,
Em alinhavar roupas que um dia
Couberam em mim.
Mudei... um corpo um pouco maior, às vezes menor...
Meu corpo denuncia o que caminha
aqui dentro.
Não quero deixar coisas no porão.
Também não desejo vender minha casa.
Quero um cantinho pra chorar e gargalhar em paz.
Sinto falta de gente...de pessoas que já me habitaram.
O amor não é leite quente....que esquenta as noites frias.
Amor é gosto, é prazer,é nascer, é morrer.
Vim pra isso. Gosto do amor.
Adoro quando chega sem campainha ou endereço marcado.
Adoro quando repousa, de mansinho, e me acaricia.
É isso que reivindico...uma parte da vida.
Não precisa ser grande, mas um bom pedaço.