sábado, 14 de novembro de 2015

Envelheci!
Meus afetos ganharam umas rugas
ao canto do rosto.
Sinais que sinalizam que o tempo se vingou.
Mas, as marcas mostraram- se fortes.
Não deu tempo de sonhar e refazer alguns remendos.
Acordei de um passado que ainda amarga,
um pretérito que me traz sentenças.
Tenho sentido um estado letárgico.
E as horas têm me punido
com suas inconstâncias.
E, mesmo balzaquiana, sinto que os tempos escaparam das mãos medrosas.
Estou longe de mim mesmo a tantas dores.
Meu corpo tenta expurgar o corte.
E as lembranças criam uma dança contemporânea.
Queria estancar esta dura sensação.
Devia ter amputado os fantasmas.
Sei, porém, que minha condição menina- mulher-envelhecida deixa- os sentar no sofá e pedir um pouco do meu café.
Escondi minhas xícaras ganhadas e nunca postas à mesa.
Tenho receio de quebrá- las, pois há séculos quebrei muito coisa neste corpo em mutação.
Não quero subtrair meu solitário sorriso.
Jamais.
O envelhecimento dos desmandos da alma não atingirá, por insistência, o coração que quer cicatrizar.






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