domingo, 28 de setembro de 2014

Dos frutos do corpo
De tempos em tempos
Frutos e folhas recolhem-se à morte.
Nascem novas folhas, fincam-se raízes.
Mas a vida tem as asperezas.
Desfrutamos de janelas e paisagens,
De muros e portas.
Novas flores anunciam primaveras
Que emoldurarão espaços de caminho e de espera.
Os frutos  podres caídos no chão enfeiam  quintais e atraem
aves e animais famintos.
Dos restos, compõem-se novas ordens.
O Sol, todos os dias, repete a sina,
De nascer e morrer.
Somos pólens, frutos apodrecidos, germinação,
Flores de estação , plantas esquecidas em varanda e
Sol nascido bem cedo.
O mundo é anunciação e sentença.
É pedaços de natureza se recompondo
Em raízes e frutos morridos.
Limpar os quintais e aguar as flores
Obrigam a continuação da humanidade.