quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Em esperança


 Era para ser cedo.

 Tinha uma pressa remendada e de tecido rendado.

 Embora tarde, o sol ainda pulsava entre os dedos

e arremessava um gosto de saudade e esperança.

Suas mãos se aproximavam e mereciam afeto.

Era tempo.

Um tempo de morte, de desfeitos e de nó.

Era um tempo de sorte, de amor vazado,

de vida perdendo bolor.

Naquela noite, entre cedo e tarde,

a vida tomou corpo e trouxe cheiro...

mesmo que flores em agonia, 

mas de pétalas repousadas no ar.

Tempo de novos dias.