Indumentárias
É querer de Deus minha alma
encharcada.
Minhas máculas espreitadas
pelo corpo.
As lágrimas sobressaltadas
escorregando sem pressa
e inocentando hemisférios de
descontentamento.
Não escavo, nem escondo putrefações.
Tenho o corpo enrugado, em
desníveis.
E uma sensação de que irá
chegar,
rompendo meu espaço e minha
desordem.
Espero que traga as tardes
atrofiadas em devaneios.
E intensifique os sóis que
nunca me abandonaram.
Estou com o espírito
repousado.
Com os olhos mornos.
E com as palavras ressecadas
em lábios inflamados, com gosto de angústia.
É sentença isso, meu Deus!
É escárnio de um ser em
febre.
São tantos pecados,
mas converto a ausência do
fato
na oração que permanece no
peito
sem sacrilégios, sem
heresia.
Uma oração que alimenta o contorno
do corpo interno.
Súplicas que transformo em
canção de amor,
Do bem deixado naquela casa,
naquele lugar.
Que mal cabiam as partes de
nós.
Que mal diziam sobre nós.
Sobrevivemos.
E cá estou em prece.
Em promessas.
Em luta com as camadas da
alma.
Com as falas toscas
escapadas em meio ao vazio
exposto nas indumentárias do
meu ser.
Recorro a Ti
Aflijo a mim,
sem desejos de difamar meu
espírito.
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