segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Dias 

Vivo sozinha há três dias,
há duas décadas, 
há cinco séculos.
Vivo sozinha por horas 
e mantenho-me na clausura por minutos.
estou sozinha aqui nas paredes deste cenário sem traçados.
A solidão me ampara, 
delineia os espaços do meu corpo
das ausências que brotam aqui.
É ela que me espera nas tardes de Sol baixo, 
nos tempos de cólera, de inflamações.
Ela não me anuncia nem denuncia os percalços
que insistem marcar os pés.
Estou só.
Sozinha trago as partes não enaltecidas,
mofadas nas frestas de uma tarde mal amada de domingo.
Dias ímpares 
Dias pares
Sozinha amanheço 
e permaneço no afiado tempo.

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