Quando eu sair deste quarto
sem sol,
ficarei bem.
Quando
as marés passarem
e as
ondas pararem de bater sobre minhas costas, provocando náuseas,
ficarei
bem.
Quando
as dores do mundo perderem suas forças,
ficarei
bem.
Quando
os espinhos se dissolverem de meu corpo e
as
paredes não forem ásperas,
ficarei
bem.
Quando
meus olhos já não marejarem ao som da sua voz,
imponente
e solitária,
ficarei
bem.
Quando
minhas veias não sobressaltarem à minha pele
e
intervirem nas minhas mais tenras sensações,
ficarei
bem.
Quando
violentamente meu coração não se juntar à minha alma
e
pulsar em minhas arestas,
ficarei
bem.
Quando
já puder escrever poemas sem palavras esquizofrênicas,
ficarei
bem.
Quando
sorrir sem estranhamento,
e eu
lembrar dos seus cenários,
dos
seus espaços em branco,
ficarei
bem.
Quando
minhas emoções não se contorcerem
e atearem
fogo em minhas entranhas,
ficarei
bem.
Quando
sua presença resistir a tudo,
e o
afeto pernoitar em meu espírito,
ficarei
bem.
Quando
seu mais bonito amor e coragem atravessarem aquela porta
e a
poesia sair de suas mãos e escrever nossa história,
eu
ficarei.
( De
uma moça para um moço)
Nenhum comentário:
Postar um comentário