sábado, 13 de junho de 2015


Fraqueza
Entre os objetos esquecidos,
encontrei partes de nós.
Estavam amontoados em poeiras
e arruinados naquilo que não guardei.
Sequenciei  palavras que gostaria ter gritado,
E tentei acondicioná-las às sensações
colocadas nas caixas.
Vieram gostos desconhecidos em minha boca
e um cheiro de ausência.
Segreguei os elementos
que não consegui engoli.
E fui inebriada por lembranças.
Não consegui descartar o que
considerei inútil.
O amor estava ali.
Um pouco sujo, meio sem tom, despedaçado.
Misturava-se aos outros seres
e ocupava boa parte do espaço.
Adquiri o hábito de mudança
e de sempre mexer no que tinha esquecido.
Tenho dificuldades com o que jogo fora,
Gosto de acumular seres e coisas.
Acabo misturando isso.
Importando-me um pouco mais com um.
Junto partes demais
e não tenho pressa de mexer com elas.
Perco noções de espaço e lido
incrivelmente
com bagunças.
Não consigo guardar coisas por cores, tamanhos, formas,
sempre dou um jeito de revirar.
Tenho vazios a serem ocupados
E esses objetos impedem uma
organização mais elaborada.
As partes encontradas de nós
ficarão, por tempo indeterminado,
haja vista minha impaciência
nos detalhes.
nas ordens.
nas reflexões.
Na incompetência para arrumação.




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