segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A vida-morte-poesia

A morte vem visitar o tempo.
E ele desbota com as emoções e os afetos.
E, dentre os fracassos, a gente desgasta.
A gente esgarça feito tecido que apodrece, se perde nos fios.
É tempo dado, doado, perdido.
A vida escorre entre danos e perdas.
E a arte alimenta o corpo, os desníveis e as frestas.
As palavras alinham o escorregadio e o pleno.
Ela embolsa o que não foi dito, o que se esvai entre os achados e sentidos.
O corte que demarca o homem e o seu legado.
As marcas do desconhecido e senhor.
As fendas deixadas nos cantos e espaços.
As esperanças descosturadas.
O amor espreitando nas portas.
A morte e seus embates dentre as cenas e marés.
Dos rios que encharcam a alma.
Das águas que assombreiam o coração.
Das vidas que purificam os homens.
Não há respostas nem tão poucos ventos.
Há caminhos de encontros e finitos.
Há passos e deslaços.
Permanência dos embargos e dores
em prantos de poesia.

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