sábado, 1 de outubro de 2011

Denúncia

Comprei um carro, mesmo sem dirigir.
Minha insônia resiste a remédios – eles não alimentam mais minha dor
Não pude ir ao enterro
Muito de mim já estava morto.
Enterro partes a toda hora , já nem realizo mais velórios
Não esqueci o ultimo filme que assisti, me toca a ultima fala do herói
Tentando se resgatar do caos
Queria o amor mais a fama de bom moço... impossível
Pensei nesse momento em mim...aquilo que fui ou demonstrei.
Criamos imagens , encurtamos experiências e não denunciamos afeto.
E deveria ser denúncia... preciso de carinho, que alguém me veja me sinta
É preciso protestar mesmo, se não viramos ilusões de nós mesmos
Pedaços mal feitos alimentados por remédios desconfortos e nostalgias.
O filme trouxe à tona o que não via desde o ultimo naufrágio
Queremos tanto, desejamos inverno e verão e mais um amor que nos aguente  a vida inteira
Não tenho mais paciência nem sono,
Tô a procura do que não conheço, mas tenho vontade
As contas chegaram, e eu ainda preciso resgatar as minhas
Quero viagem, mas não faço as malas
Desejo um amor,
 é isso,
não como do filme, mas aquele que me traga coberta, preguiça, desapego....
me leve ao cinema  pra ver que o impossível também acontece.


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