Cabe a mim ser mulher....como tantas outras.
Inflamar-me vez ou outra e me indignar quando necessário.
Chorar prantos de dor e lágrimas de alegria.
Sentir a dor do parto como tantas outras dores da existência.
Da beleza, consegue-se extrair, refletir e contemplar.
Ser mulher requer delicadeza e fortaleza.
Desesperar, atrair e reerguer.
É pedir em oração a felicidade e serenidade do mundo.
Deus, em seu amor perfeito e inebriante, faz-nos mulher de aço, flor e imensidão.
Desse universo, o Senhor nos desenha como obra preciosa e intensa.
Amamentamos homens e esperanças...acalentamos canções e palavras de ordem e atitude.
Em sua plenitude, Deus nos construiu...viu que Adão não deveria repousar em solidão.
Mulheres...seus gritos ecoam nos discursos e na continuação da humanidade.
Sua delicadeza precisa dar-te coragem e poesia.
Palavras de aproximação ... de respeito e felicidade.
Sua canção ecoa nos olhos e na perseverança de fazer-se mulher mais e mais todos os dias.
Como inebria Adélia Prado, mulher é figura desdobrável....de carregar bandeira sem esmorecer...chatear e conformar.
Ser mulher é trazer alegria na bolsa junto com batom e a sua perspicácia.
É cozinhar, mesmo que em banho-maria, seus desejos bem guardados.
É ser figura emblemática e iconoclasta...é ter mel guardado...e uns potes de sal.
Mulher que traz cactos e flores, sabendo cuidar.
Mulher de mar, rio e terra..terra fofa, pronta para o plantio.
O amor que arrebenta correntes e protege o ninho.
Somos dessas...prontas e inacabadas...
Cada dia construimos mais de nós um pouquinho.
Deus em amor à vida, ao homem, deu-nos ao tempo.
Somos agora e ainda as outras que estão por vir.
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